terça-feira, 8 de maio de 2012

Remir o tempo

Poeira se acumula pelo canto do quarto
Tempo feito poeira,
Poeira que espera pelo tempo.
Remir o tempo à tempo de chegar em casa,
Barco atracado em qualquer porto
À espera de algum capitão despertar.
Espero o tempo em que a verdade aportar
Ainda espero a poeira passar.

Abril/2012

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Manhã de Carnaval #1

Olha ali a rua cheia, o povo passando.
Ouço os metais em casa,
Ouço os retalhos,
Vejo seus sons.
Nesse estúpido andar
(seja o décimo terceiro)
Eu ouço os soluços das viúvas
Das solteiros os suspiros.
Tal de amor não se compra,
Não se encontra,
Nem se faz.
(...)
Não diga besteira,
Sai da cama que a banda vai passar.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Cigarettes of time

Grace, please come home. Come through these last smoked cigarettes, ashes of time on the table. These ladies i so much deceive, lying in my bed, bitter tries in search of an exit door. Tell me, there is such a thing? Kisses i hate, the night breeze brings desire. Desire, what a joke. My attempts are echoes of my own voice, shattering these glasses without water. Things i too much apply myself in i don't intend to endure them anymore. Cigarettes of time on my table.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Junho e Julho

Jeff told me this afternoon
That maybe she didn't know me at all
Maybe I didn't know her at all.
Yes, Jeff, you're so damn right.
And I'm just a stubborn kid
Trying to fit circles in squares,
Always around on this merry-go-round.
But tell me, Jeff,
Didn't she haunt you at night?
Look around, and she's just there,
Remembering you on each song you listen,
Each movie you watch.
And, she's even there,
Seated on the row near you.
(She fakes it)
She's on that party you hide yourself in,
She's with your friends, with your lovers,
On your fears, on your joy.
No, Jeff, you won't forget her with your poetry,
No, you won't.

***
Você está longe,
Algo agora se perde.
Você está distante.
Não findo esses versos,
Tão teus, sempre foram teus.
Algo não finda,
Apenas ouço seus vagos rumores.

***
No claustro desses pensamentos
Quero voltar ao apartamento
Que um dia eu deixei

***
Te aquieta, Gabriel.
Vê que as árvores também amam
E amam de forma lenta e compassada
Não cansam de amar
E amam pelo amor.
O amor é o maior dos esforços.
Ah, Gabriel,
Os lábios não amam
Como as árvores amam.
Nem os seios amam por si só.
Aquieta, escuta que o amor é o maior dos dons.
Estremece ao dele fazer menção.
Não se engane com os olhos
Nem com as mãos.
O amor está na fuga,
Não se revela assim tão fácil.
Amor está no enfadonho
Discursar, no descuidado
Cuidar.
Ouça o fugaz...
Mas, atenta filho meu,
Não despertes o amor
Até que este o queira.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Last thoughts on a life, last thoughts on a city

30/04/2011

"Povoei meu ser com imagens
Coletei cada caco de vidro nas ruas;
Os acolhi como a filhos
Até não saber mais seus nomes.
Hoje eles reclamam sua herança,
Mas já não há mais lugar"

07/07/2011

"Lágrimas em meio às caixas
O que elas levam, eu não sei.
As folhas que agora são lixo,
Já tiveram seu lugar.
O que é isso?
Diz, explica!
Que faz de cada olhar uma premissa
Cada chegada uma partida?
Não, não está escrito
A ninguém foi dito...
Está marcada na pele do homem,
Está em seus olhos,
Em suas mãos,
Pesando em seus ombros.
Assim mesmo, ele deve caminhar (...) "

sábado, 25 de junho de 2011

"Civilização da imagem? Na verdade uma civilização do clichê, na qual todos os poderem têm interesse em nos encobrir as imagens, não forçosamente em nos encobrir a mesma coisa, mas em encobrir alguma coisa na imagem. Por outro lado, ao mesmo tempo, a imagem está sempre tentando atravessar o clichê, sair do clichê. Não se sabe até onde uma verdadeira imagem pode conduzir: a importância de se tornar visionário ou vidente."


(G. Deleuze)